Fabaceae

Abarema piresii Barneby & J.W.Grimes

Como citar:

Eduardo Amorim; Eduardo Fernandez. 2020. Abarema piresii (Fabaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

846.136,231 Km2

AOO:

84,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Morim et al., 2020), com distribuição: no estado do Amapá — no município Mazagão —, no estado do Amazonas — nos municípios Manaus, Manicoré, Maués e Presidente Figueiredo —, no estado do Pará — nos municípios Almeirim, Jacareacanga, Oriximiná, Prainha, Santarém e Tucuruí —, e no estado de Rondônia — no município Porto Velho.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Eduardo Fernandez
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore com até 25 m de altura (Barneby & Grimes, 1984), endêmica do Brasil (Morim et al., 2020), com distribuição no estado do Amapá, município Mazagão, no estado do Amazonas, municípios Manaus, Manicoré, Maués e Presidente Figueiredo, no estado do Pará, municípios Almeirim, Jacareacanga, Oriximiná, Prainha, Santarém e Tucuruí, e no estado de Rondônia, no município Porto Velho. Ocorre na Amazônia, em Campinarana e Floresta de Terra Firme (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Apresenta EOO= 685085km². A espécie poderia ser considerada Em Perigo de extinção pelo critério B2, entretanto EOO supera muito o limiar para categoria de ameaça, a espécie possui mais que cinco de situações de ameaça e não possui especificidade de habitat. Somado a esses fatos, Abarema piresii possui registros em Unidades de Conservação de Proteção Integral. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2012
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Acta Amazonica Supl. 14(1/2), 96, 1986.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Amazônia
Vegetação: Campinarana, Floresta de Terra-Firme
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 25 m de altura (Barneby & Grimes, 1984). Ocorre na Amazônia, em Campinarana e Floresta de Terra Firme (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. Barneby, R.C., Grimes, J.W., 1984. A new species of Abarema Pittier (Mimosaceae ingeae) from Amazonian Brazil. Acta Amaz. 14, 95–100. https://doi.org/10.1590/1809-43921984145099
  2. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Abarema. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/FichaPublicaTaxonUC/FichaPublicaTaxonUC.do?id=FB82560 (acesso em 17 de setembro de 2020)

Ameaças (11):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future regional high
Com uma alta densidade demográfica (41 hab. por ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos18 anos. Mas sua proximidade com a Reserva Adolpho Ducke há uma grande preocupação, pois os estudos mostram que a Reserva sofre grande pressão devidoao surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al., 2007).
Referências:
  1. Nogueira, A.C.F., Sanson, F., Pessoa, K., 2007. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais, in: Anais Do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Florianópolis, pp. 5427–5434.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.2 Commercial & industrial areas habitat past,present,future regional high
Com uma alta densidade demográfica (41 hab./ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos 18 anos. Essa expansão urbana é um vetor de pressão sobre a Reserva Florestal Adolpho Ducke, devido o surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu em entorno (Nogueira et al., 2007).
Referências:
  1. Nogueira, A.C.F., Sanson, F., Pessoa, K., 2007. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais, in: Anais Do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Florianópolis, pp. 5427–5434.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.3 Tourism & recreation areas habitat past,present,future regional high
A área de mata ciliar da cachoeira Baixa do Tarumã, sofre aos efeitos das atividades humanas como por exemplo o turismo (Farinaccio e Stevens, 2009).
Referências:
  1. Farinaccio, M.A., Stevens, W.D., 2009. Matelea quindecimlobata (Apocynaceae, Asclepiadoideae), a New Species from Amazonas, Brazil. Novon A J. Bot. Nomencl. 19, 156–158. URL https://doi.org/10.3417/2007134
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 11.1 Habitat shifting & alteration habitat past,present,future regional high
No Parque Nacional dos Campos Amazônicos foi observado também processo de desflorestamento com o abate de árvores maiores com a utilização de motosserra e eventual aproveitamento de madeiras de valor comercial e queima de restos florestais e de remanescentes do sub-bosque e árvores de menor diâmetro (Alves e Russo, 2011).
Referências:
  1. Alves, R. de A.L., Russo, D., 2011. Análise multitemporal de imagens LANDSAT 5 no apoio a confecção de laudo pericial da Polícia Federal sobre desflorestamento, in: Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR. Curitiba, pp. 2959–2966.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.2 Small-holder grazing, ranching or farming occurrence past,present,future regional high
No município de Presidente Figueiredo a pecuária encontra-se em desenvolvimento, com perspectivas de aumento futuro, particularmente a criação de bovinos. A área ocupada pela agropecuária situa-se ao longo das estradas BR-174, AM240, onde estão implantadas diversas fazendas e com uma predominância de pastagens, e ao longo das vicinais, onde se pratica predominantemente atividades agrícolas (ICMBio, 1997).
Referências:
  1. Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A., IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1997. Plano de Manejo da Reserva Biológica Uatumã. Plano Manejo Fase 1. URL http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-planos-de-manejo/rebio_uatuma_pm.pdf (acesso em 12 de setembro de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat past,present,future regional high
Em poucos municípios rondonienses a pecuária não se expandiu entre os anos de 2001 e 2006. Estes poucos municípios se localizam no sul do estado. Em grande parte do estado houve expansão do rebanho bovino, de maneira particularmente acelerada em uma faixa que se estende pelas microrregiões de Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho, onde houve aumento superior a 50 cabeças/ km2 (Oliveira et al., 2008).
Referências:
  1. Oliveira, S.J. de M., Abreu, U.G.P. de, Valentim, J.F., Barioni, L.G., Salman, A.K.D., 2009. Pecuária e desmatamento: mudanças no uso do solo em Rondônia, in: SOBER (Ed.), 47° Congresso Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Porto Alegre, p. 13.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
Os municípios Porto Velho (RO), Prainha (PA) e Tucuruí (PA) possuem, respectivamente, 22,11% (753851,9ha), 5,73% (84688,4ha) e 26,05% (54343,3ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 3.2 Mining & quarrying habitat past,present,future regional high
A capacidade inicial de produção de bauxita da empresa foi de 3,35 milhões de toneladas anuais. Ao longo de nossa operação, esta capacidade expandiu-se gradativamente, em função do aumento da demanda de mercado e da grande aceitação da bauxita produzida pela Mineração Rio do Norte nas refinarias de todo o mundo. Atualmente, temos uma capacidade de produção instalada de 18,1 milhões de toneladas ao ano - uma das maiores instalações do mundo. Operamos hoje as minas Saracá V, Saracá W e Bela Cruz. Nelas, o minério encontra-se a uma profundidade média de 8m, coberto por uma vegetação densa e uma camada estéril composta de solo orgânico, argila, bauxita nodular e laterita ferruginosa (Mineração Rio do Norte, 2014). No município Presidente Figueiredo encontra-se uma importante jazida mineral de cassiterita localizada na sub-bacia do rio Pitinga. Considerada a maior jazida de cassiterita do mundo é explorada desde 1981 pela Mineração Taboca, do Grupo Paranapanema, de onde provém a maior parte da arrecadação de tributos do município. Esta mineração possui uma área de concessão de 122000 ha, dos quais 5 a 6% são explorados com lavra ou infra-estrutura, em 1995 está área era de aproximadamente 7728 ha, não considerando o reservatório da UHE Pitinga (ELETRONORTE e IBAMA, 1997).
Referências:
  1. Mineraçao Rio do Norte, 2014. Relatório Anual de Sustentabilidade. GRI. URL http://www.mrn.com.br/paginas/images/GRI_MRN_2014.pdf (acesso em 27 de junho de 2018).
  2. ELETRONORTE - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A., IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1997. Plano de Manejo da Reserva Biológica Uatumã. Plano Manejo Fase 1. URL http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-planos-de-manejo/rebio_uatuma_pm.pdf (acesso em 12 de setembro de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.2.10 Large dams habitat past,present,future regional high
A Bacia do Rio Trombetas, localizada no município de Oriximiná, onde a espécie é encontrada, apresenta grande potencial hidrelétrico, sofrendo grande influência do governo federal que prevê em seu Plano Nacional de Energia a exploração dos rios Trombetas e Erepecuru para fins de geração de energia hidrelétrica. Os estudos já realizados na bacia projetam 15 empreendimentos hidrelétricos, estando 13 deles com estudos de inventário iniciandos, um com estudo de viabilidade e um com projeto básico. Segundo o Plano Nacional de Energia 2030, a previsão de área total a ser inundada por tais hidrelétricas somaria 5.530 quilômetros quadrados, afetando significativamente as terras quilombolas da região (Andrade, 2011). No município de Tucuruí (PA), opera a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que inundou grande extensão territorial e vastas áreas de florestas, além de promover indiretamente o desenrolar de diversos conflitos sócio-ambientais, cerca de 2430 km², foram parcialmente inundados territórios dos municípios de Tucuruí, Jacundá, Nova Ipixuna e Breu Branco. Na área territorial desses municípios submergiram cerca de 13 povoados ribeirinhos e a cidade de Jacundá, induzindo ao deslocamento compulsório de cerca de 30 mil habitantes das margens do rio Tocantins (Rocha e Gomes, 2002).
Referências:
  1. Andrade, L., 2011. Terras quilombolas em Oriximiná: pressões e ameaças. Comissão Pró-Índio de São Paulo, São Paulo.
  2. Rocha, G. de M., Gomes, C.B., 2002. A construção da usina hidrelétrica e as transformações espaciais na região de Tucuruí, in: Trindade Jr, S.C., Rocha, G.M. (Eds.), Cidade e Empresa Na Amazônia. Gestão Do Território e Desenvolvimento Local. Pakatatu, Belém, p. 309.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 9.1.1 Sewage habitat present,present,future regional high
A crescente expansão demográfica e industrial nas últimas décadas, devido à implantação da Zona Franca de Manaus, trouxe impactos ambientais à região. Como principal consequência o comprometimento das águas da bacia do Rio Tarumã-Açu por despejos de esgotos domésticos e industriais, restos de animais, detergentes, desinfetantes, erosão, lixo e detritos que são jogados, dentre outros (Melo, 2002).
Referências:
  1. Melo, E.G. de F., Franken, W.K., 2002. Estudo Físico-Químico nas Águas da Bacia do Rio Tarumã-Açu. XI Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/INPA. Manaus-Am. URL https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/4244/1/pibic_inpa.pdf
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.2 Agro-industry plantations past,present,future national very high
A produção brasileira de madeira amazônica, a qual é procedente da exploração seletiva de árvores, acumulou no período de 1998 a 2013 (16 anos) um volume da ordem de 320 milhões de metros cúbicos em tora. Dados oficiais sobre a área desmatada nessa região do Brasil revelam que no período de 1988 a 2013 (26 anos) foram removidos 402.663 quilômetros quadrados de florestas, área equivalente a duas vezes o estado do Paraná. Muito embora tenham desacelerado drasticamente, especialmente de 2005 a 2013, esses números fornecem uma dimensão das alterações já causadas pelo homem na Floresta Amazônica. A exploração seletiva tem empobrecido a floresta de espécies madeireiras de valor econômico e também sua capacidade natural de reposição, isso ocorre não somente pela redução do número de árvores, ocasionada pela exploração, mas também pela abundante regeneração de espécies de rápido crescimento, a maioria sem valor comercial, favorecidas pela abertura das clareiras da exploração na floresta (Araujo, 2020).
Referências:
  1. Araujo, H.J.B. de, 2020. Ações de restauração de florestas exploradas seletivamente no sudoeste da Amazônia brasileira. Brazilian J. Anim. Environ. Res. 3, 43–59.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre em Manicoré (AM) e Porto Velho (RO), municípios da Amazônia Legal considerados prioritários para fiscalização, referidos no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018).
Referências:
  1. BRASIL, 2007. Decreto Federal nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 21/12/2007, Edição Extra, Seção 1, p. 12. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm (acesso em 13 de outubro de 2020).
  2. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2018. Portaria MMA nº 428, de 19 de novembro de 2018. Diário Oficial da União, 20/11/2018, Edição 222, Seção 1, p. 74. URL http://http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/50863140/do1-2018-11-20-portaria-n-428-de-19-de-novembro-de-2018-50863024 (acesso em 13 de outubro de 2020).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental de Presidente Figueiredo - Caverna do Moroaga, Área de Proteção Ambiental do Lago de Tucurui, Área de Proteção Ambiental Margem Esquerda do Rio Negro-Setor Aturiá-Apuauzinho, Floresta Estadual do Trombetas e Floresta Nacional de Saracá-Taquera.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.